A coluna "MUNDO OTAKU" segue com força total com mais uma reportagem de nosso colunista Leonardo Maciel sobre a origem do mangá.
A história do mangá – parte 2
Hoje, vamos dar continuidade à história do
mangá, para aqueles que pensavam que só era aquilo se enganou. Eu sei que todos
estão loucos para chegar à parte que diz respeito aos animes, mas aguentem só
mais um pouco. Voltando ao início do século XX, o ilustrador Rakuten Kitazawa, influenciado pelos
desenhos de Wirgman se tornaria o
mais famoso e bem-sucedido chargista do Japão. Ele foi o primeiro ilustrador
japonês a criar quadrinhos seriados e os chamava de mangá.
Como
já foi dito o mangá dessa época era voltado para um público adulto, que falava
sobre política e economia do Japão. Somente no fim da Era Taisho ( que me lembra
Taicho, e não tem nada a ver *) tendo como inspiração Kitazawa, que as primeiras histórias infantis passaram a ser
publicadas como o famoso Norakuro,
de Suiho Tagawa. Com o tempo, mais e
mais artistas japoneses se dedicavam a escrever histórias em quadrinhos,
especialmente para o público infantil.
Como
tudo que é bom dura pouco, em 1930 a desgraça chegou total. O crack da bolsa de
valores norte-americana, fez com que o Japão passasse por um período de crise
econômica que consequentemente refletiu nos mangás (bando de fdp*). O
fortalecimento do facismo militar fez com que houvesse uma primeira divisão
rígida entre mangás adultos e mangás para crianças, além de separar-se também
mangás para meninos e para meninas (penso
que nessa época eu não poderia ver hentai, como esses meninos sobreviveram? *). Se você pensou que não podia piorar, se enganou
a 2º Guerra Mundial chega (tá aí, isso é
que dá deixar meninos sem hentai *), aumentando a crise ainda mais. Sua
produção foi praticamente extinta nessa época, uma vez que os recursos
econômicos foram desviados para outros setores mais importantes da economia
japonesa.
A
indústria gráfica estava voltada para a guerra e nem ao menos às crianças era
permitida a leitura de mangá. Os únicos mangás permitidos a serem publicados eram
aqueles que faziam propaganda militar, todos os outros não eram permitidos
devido ao forte controle de censura do governo. Os próprios autores de mangás,
caso não concordassem com os critérios da censura, eram banidos de suas
profissões. No final da guerra todos sabemos que a derrota do Eixo, do qual o
Japão fazia parte, somente aumentou ainda mais o estado político-econômico do
país. O espírito japonês estava destroçado.
Então,
para aqueles que pensavam que tudo ia dar errado, surge o akai hon (livrinho vermelho). Estes eram livrinhos de capa
vermelha, impressos em papel muito grosseiro e muito barato (o que era
fundamental, pois o poder de compra da população era muito baixo), mas que
tinham algo que não foi permitido na 2º Guerra: liberdade de expressão. É claro
que os desenhistas eram mal-remunerados, mas as forças norte-americanas de
ocupação permitiram que desenhassem o que quisessem desde que não atacassem os americanos
(vlw americanos, pelos menos você fizerem
algo de útil *).
Esse
foi um período que abriu as portas para o desenvolvimento do mangá e que
permitiu um alcance muito maior, já que foi o principal responsável pela
reconstrução do espírito japonês, especialmente o infantil. Quem aqui conhece o
“deus do mangá”? Com certeza alguns diriam: Akira Amano, Eiichiro Oda, Atsushi
Ohkubo, Masashi Kishimoto, etc. Pois é, não é nenhum desses, e sim um dos
desenhistas que trabalhou nos akai hon
e que praticamente sozinho recriou a linguagem do mangá até então, dando o
início à era moderna do mangá, Osamu Tezuka.
Quem não conhece o Astro Boy? Foi um
de seus títulos de inegável valor, além de Kimba,
o leão branco e a princesa e o
cavaleiro.
Aguardem em breve a continuação da reportagem sobre a origem dos mangás. Até a próxima!
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