sábado, 3 de agosto de 2013

MUNDO OTAKU - A HISTÓRIA DO MANGÁ PARTE 2

A coluna "MUNDO OTAKU" segue com força total com mais uma reportagem de nosso colunista Leonardo Maciel sobre a origem do mangá.

A história do mangá – parte 2

Hoje, vamos dar continuidade à história do mangá, para aqueles que pensavam que só era aquilo se enganou. Eu sei que todos estão loucos para chegar à parte que diz respeito aos animes, mas aguentem só mais um pouco. Voltando ao início do século XX, o ilustrador Rakuten Kitazawa, influenciado pelos desenhos de Wirgman se tornaria o mais famoso e bem-sucedido chargista do Japão. Ele foi o primeiro ilustrador japonês a criar quadrinhos seriados e os chamava de mangá. 




Como já foi dito o mangá dessa época era voltado para um público adulto, que falava sobre política e economia do Japão. Somente no fim da Era Taisho ( que me lembra Taicho, e não tem nada a ver *) tendo como inspiração Kitazawa, que as primeiras histórias infantis passaram a ser publicadas como o famoso Norakuro, de Suiho Tagawa. Com o tempo, mais e mais artistas japoneses se dedicavam a escrever histórias em quadrinhos, especialmente para o público infantil.


Como tudo que é bom dura pouco, em 1930 a desgraça chegou total. O crack da bolsa de valores norte-americana, fez com que o Japão passasse por um período de crise econômica que consequentemente refletiu nos mangás (bando de fdp*).  O fortalecimento do facismo militar fez com que houvesse uma primeira divisão rígida entre mangás adultos e mangás para crianças, além de separar-se também mangás para meninos e para meninas (penso que nessa época eu não poderia ver hentai, como esses meninos sobreviveram? *).  Se você pensou que não podia piorar, se enganou a 2º Guerra Mundial chega (tá aí, isso é que dá deixar meninos sem hentai *), aumentando a crise ainda mais. Sua produção foi praticamente extinta nessa época, uma vez que os recursos econômicos foram desviados para outros setores mais importantes da economia japonesa.

A indústria gráfica estava voltada para a guerra e nem ao menos às crianças era permitida a leitura de mangá. Os únicos mangás permitidos a serem publicados eram aqueles que faziam propaganda militar, todos os outros não eram permitidos devido ao forte controle de censura do governo. Os próprios autores de mangás, caso não concordassem com os critérios da censura, eram banidos de suas profissões. No final da guerra todos sabemos que a derrota do Eixo, do qual o Japão fazia parte, somente aumentou ainda mais o estado político-econômico do país. O espírito japonês estava destroçado.

Então, para aqueles que pensavam que tudo ia dar errado, surge o akai hon (livrinho vermelho). Estes eram livrinhos de capa vermelha, impressos em papel muito grosseiro e muito barato (o que era fundamental, pois o poder de compra da população era muito baixo), mas que tinham algo que não foi permitido na 2º Guerra: liberdade de expressão. É claro que os desenhistas eram mal-remunerados, mas as forças norte-americanas de ocupação permitiram que desenhassem o que quisessem desde que não atacassem os americanos (vlw americanos, pelos menos você fizerem algo de útil *).

Esse foi um período que abriu as portas para o desenvolvimento do mangá e que permitiu um alcance muito maior, já que foi o principal responsável pela reconstrução do espírito japonês, especialmente o infantil. Quem aqui conhece o “deus do mangá”? Com certeza alguns diriam: Akira Amano, Eiichiro Oda, Atsushi Ohkubo, Masashi Kishimoto, etc. Pois é, não é nenhum desses, e sim um dos desenhistas que trabalhou nos akai hon e que praticamente sozinho recriou a linguagem do mangá até então, dando o início à era moderna do mangá, Osamu Tezuka. Quem não conhece o Astro Boy? Foi um de seus títulos de inegável valor, além de Kimba, o leão branco e a princesa e o cavaleiro.



Aguardem em breve a continuação da reportagem sobre a origem dos mangás. Até a próxima!









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