segunda-feira, 22 de julho de 2013

MUNDO OTAKU - A HISTÓRIA DO MANGÁ PARTE 1

E você caro leitor do blog Rascunhos & Rabiscos que estava ansioso pelas estreias de nossas colunas pois hoje é um dia comemorativo para você Otaku(admirador da cultura japonesa, mangás, animes e cosplay etc...), pois estreia hoje a coluna Mundo Otaku com nosso colunista e especialista em cultura japonesa Leonardo Maciel que nos traz hoje uma matéria relatando como tudo começou. Desde os primórdios do mangá, espero que goste da matéria e através dos comentários você pode dar sugestões.

A história do mangá – parte 1

Nessa primeira edição da coluna Mundo Otaku, fiquei pensando por muito tempo que assunto abordar e cheguei à conclusão que isso dá trabalho. Se fosse para começar teria que ser do começo (ah vá é mesmo), então decidi abordar a Genesis da nossa felicidade, Todo Otaku de verdade precisa conhecer como tudo começou e saber que o mangá que você lê tranquilamente não foi nada fácil de chegar à suas mãos. Concluindo, temos muita coisa a aprender, mas, vamos iniciar com a história do mangá.

Mangá significa “rabiscos descompromissados” ou se preferir “imagens involuntárias”, termo que originou com o trabalho do artista Katsushika Hokusai, que criou o Hokusai Mangá, uma série de livros com ilustrações em 15 volumes de 1814 a 1878. O mangá está literalmente em todo lugar e é muito difícil imaginar o Japão moderno sem ele. Lido por todas as faixas etárias, de crianças a idosos. Você sabia que 50% de todo o papel utilizado no Japão tem como a finalidade à impressão desse livro? Pois é, tenho a impressão de que 40% são de Hentai, mas abafamos o caso.

Nem sempre o mangá gozou de tamanha popularidade, uma vez que no século XIX o Japão estava passando por uma crise feudal. Esse tipo de cultura inicialmente tinha como conteúdo exclusivamente político e por isso só interessava os interessados em política. A história do mangá começa bem antes do século XIX. Ainda no século XII, havia o emaki-mono, que consistia em uma única gravura de aproximadamente dez metros de comprimento em rolo que apresentava uma narrativa com o desenrolar do pergaminho. Meu sonho é ter um desses, mas já imaginou andando na rua lendo um negócio desses, graças a Deus que hoje temos a versão pocket do mangá.


O fator decisivo para o estabelecimento dessa linguagem foi à chegada dos jornalistas europeus, que além de escreverem para os jornais, eram os responsáveis pelas charges políticas presentes nos periódicos da época. Essas charges foram definitivamente o estopim para o desenvolvimento do mangá como uma forma de expressão única, de maneira bem parecida com a do surgimento das tiras de quadrinhos nos jornais norte-americanos (acho que essa parte interessaria ao colunista Miguel).

Os primeiros cartuns que chegaram a ser introduzidos no Japão foram do frânces George Bigot e do inglês Charles Wirgman, dois jornalistas/chargistas europeus enviados ao Japão como correspondentes jornalísticos. Wirgman é hoje considerado o patrono da moderna charge japonesa e a cada ano é realizada uma homenagem em seu túmulo em Yokohama ( como diria minha amiga, que se ele estiver no inferno, que Deus mande uma gotinha de coca-cola pra ele ). Wirgman usava balões em suas charges e Bigot, por sua vez, os arranjava em sequência, criando um padrão narrativo. Esse é um momento importante na evolução histórica dos mangás, quando houve a fusão de uma longa tradição com a inovação.









Essa história ainda não terminou caro leitor, aguarde a parte 2 da História do Mangá.



Nenhum comentário:

Postar um comentário